quinta-feira, 17 de junho de 2010
Sobre conselhos para mulheres
terça-feira, 8 de junho de 2010
Sobre Homens Marlboro
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Sobre tacar-lhe uma pedra
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Sobre os relacionamentos... virtuais... ou não...
Sobre bananas
Reza a lenda oficial familiar que minha mãe comeu banana os nove meses da gestação, para evitar enjôo. Comeu apenas e tão somente: bananas. Portanto, tive minha cota preenchida deste alimento pastoso, intrusivo, arrogante e amarelo.
Sim... Ele é nojentamente pastoso. Inclusive a amassam, de vez em tanto, na teoria de que isto a torna atrativa. Desde quando comer lama clara é algo tentador? Ah lógico, com canela e açúcar, até jiló pode ser candidato a ser interessante. Sejamos razoáveis: pasta gosmenta não pode ser, nem de longe, esteticamente aceitável.
Intrusivo. Deveras intrusivo. Longe de mim, bancar a moralista, mas se temos problemas na fase oral, deve haver objetos fálicos bem mais interessantes a serem utilizados. Algo que se esforça pra parecer reto, mas está sempre curvo e pronto a segurar uma bengala virtual não pode ser sexy.Algo que pede pra ser triturado porque já é meio mole, não é nada afrodisíaco. Banana é aquele que tenta invadir e não tem competência. É intrusivo e nunca chega a desbravador.
Arrogante. Casca muito grossa. Necessariamente, você tem que observar bananas sob a casca grossa. Não há como engolir aquela grosseria. Não há como experimentar a essência, infeliz que seja, com a casca e tudo. E quando se despe a casca: nada... algo mole, torto e de cor sem graça. É o strip-tease do Costinha no auge de seus 90.
Amarelo. Eu odeio amarelo. É a cor do desespero e do alerta. Não há de ser algo bom. A natureza é sábia, alerta "coma apenas em desespero". Banana é de uma falsidade, porque lá no fundo, nem isto banana é. Tem uma máscara amarela que cai ao primeiro sintoma de pânico... oops... fome. Banana é a fingida alegria do amarelo. Lá dentro, temos apenas esta cor indefinível, esta cor de burro quando foge.
Ok... há quem goste de amarelo. Há mesmo quem goste de banana. Aliás, eu, conheço poucos e bons que compatilham da minha visão evoluída sobre tal alimento. Acredite-me: os que odeiam banana têm um certo quê. Mas te peço: não me ofereça bananas... de preferência não seja um banana... e também, não se faça passar por um... Porque, de resto como eu disse eu odeio bananas... e amarelo. E eu, de banana, não tenho nada.
Sobre o arco-íris e fogos de artifício
Sobre o Rapto de Perséfone
A mãe ficou bastante aborrecida, não comeu por nove dias e secou a terra toda num inverno impiedoso. O pai, que é o manda-chuva, se preocupou com os humanos e fez um acordo com Hades. “Devolve a menina, que a coisa ficou feia”. Acho que também ficou com medo de Deméter, a mãe, ficar magra demais e lançar esta moda de anorexia.
Hades, que de bobo não tem nada, deu a ela uma romã pra comer. Quem se alimenta no reino dos mortos, fica presa a ele para sempre. Então, equacionaram assim: ela volta, fica por nove meses com a mãe, no Monte Olimpo e três meses com Hades, lá embaixo. Quando ela volta pro Olimpo, começa a primavera e é desta história que surgiram as quatro estações. Climáticas, não a música do Vivaldi.
Eu sou Perséfone moderna. Nasci Palmeirense porque assim quis meu pai. E nasci Deusa, porque assim ensinou minha mãe. Todas elas estão em mim. Não é prepotência, você também acha a sua deusa, se quiser. Amo a natureza. Tenho meus invernos. Tenho minhas primaveras. Em um outono, fui seqüestrada. A terra se abriu e eu sumi. Só que estamos no século XXI. Hades é um chato. Eu não gosto de romã. E às favas, com este acordo. Fico aqui quanto eu quiser. Me fantasio de fada. Brinco com as rosas. Colho sóis. E me apaixono por gente, bichos, flores, luzes, textos, músicas e amores. Eu me apaixono pela vida. E como uma fênix, eu sempre renasço. Somos imortais. Todos.
Sorria, os tempos escuros acabaram. Eu voltei.